terça-feira, 2 de maio de 2023

como o inglês no Uganda

O inglês no Uganda vivia bem, o melhor possível, com um conceito alargado de natureza. Para ele, a natureza era composta pelos campos e os rios, as árvores e a floresta, as feras e os habitantes locais, os funcionários e os governantes.

É assim que eu vou passar a viver aqui: S. Bento e o Jardim Zoológico, what's the difference!

brutalidade

 commonsense não se consegue habituar, nem quer, à brutalidade da tática e da estratégia da Federação Russa na Ucrânia.

Como um espécie de Hunos da atualidade, nem combatem, destroem. Bombardeiam tudo o que mexe e tudo o que não mexe. São completamente selvagens. É difícil ver neles o povo de Tolstoi, de Tchaikovsky, de Dostoievsky.

Enquanto tiverem artilharia, e têm muita, hão de continuar a destruir tudo e todos.

Enquanto não forem derrotados continuarão a tentar alargar o seu império. Na Europa é e Ucrânia, depois a Moldovia, depois as Repúblicas Bálticas, e por aí a fora.

Não vai ser fácil vermo-nos livres desta praga.

sábado, 29 de abril de 2023

Freud in short supply!

Toda a gente se queixa da baixa qualidade e baixo nível, para não dizer mesmo da ordinarice e falta de caráter dos político nos diferentes níveis da "coisa pública".

É fácil dizer mal, mas era mais importante ter consciência da razão.

As razões são mais que uma, mas a principal está, pensa commonsense, na baixa remuneração e excesso de exposição dos políticos - todos - hoje em Portugal.

Mal remunerados, como são, e pior ainda tratados nos meios e comunicação social, pelos comentadores e analistas, e por mais ou menos quase toda a gente, é difícil, muito difícil encontrar candidatos com qualidade.

Basta comparar com os primeiros anos do regime saído do 25 de abril. Já eram mal remunerados, mas eram respeitados. Tinha qualidade elevadíssima. Entregava-se à Repúblico com entusiasmo patriótico.

E agora? Porque razão continuam tão mal remunerados? Por causa da inveja, por um lado, pelas baixíssimas remunerações que são pagas em quase todos os setores da sociedade (exceção dos administradores de grandes empresas e futebolistas de grandes clubes). É típico de regimes socialistas e socializantes, como Cuba, Venezuela and the like. 

E porquê tão maltratados? Aí a explicação é mais delicada. Os portugueses em geral sofrem quotidianamente dores no seu amor próprio, quer em casa entre marido e mulher, quer no emprego nas relações com colegas e chefes, quer no caminho para e do emprego, no trânsito, nos comboios, nos autocarros, no futebol, no café... entre outros. As frustrações pessoais desencadeiam fenómenos psicológicos de Ersatz que se traduzem numa espécie de vingança pessoal no totem, que é a pessoa importante. Um meu tio avô já morto há muitos anos ficou célebre na família com uma frase lapidar: «a mãe bate-me, eu bato nos patos!». É isto, "os outros" ferem-nos, nós ferimo-los a "eles". "Eles" são os patos a quem se bate por retorsão do que "os outros" (tantos e variados outros) nos batem a nós. O sentimento de ser pessoal, profissional, socialmente, e até familiarmente desconsiderado, leva muitos, muitos dos portugueses a sentirem-se vingados, compensados e até felizes com a humilhação pública e o espancamento mediático "deles". É assim...

Freud in short supply!

 

terça-feira, 25 de abril de 2023

desgovernação

Commonsense anda perplexo com o modo como não está a ser governado o país. Nem sequer é um mau governo, é mesmo um desgoverno. 

Só tem um ministro, António Costa. Ele é ministro de todas as coisas, faz tudo, inventa tudo, estraga tudo. Tem ministros para o dia a dia e principalmente para terem culpa do que corre mal e serem descartados como bodes espiatórios quando as coisas correm mesmo muito mal. 

É trapalhão, mentiroso e rebaldeiro.

Tem uma estratégia, só uma, manter-se no governo. Para isso, está a acumular o dinheiro de todos, a cativar verbas e não pagar dívidas, para quê? Para acumular uma folga orçamental que lhe permita, no último ano, ano e meio, do mandato soltar os cordões à bolsa, aumentar os vencimentos da função pública, as pensões dos reformados e pagar as dívidas em atraso... e ganhar as eleições. Ele é um homem do povo, com todos os defeitos do povo. Tem memória curta e apetência pela vantagem imediata.

É assim a desgovernação.

domingo, 2 de maio de 2021

back to commonsense

Commonsense vai retomar a sua publicação.

A orientação é a mesma, a a procura do senso comum: coisa rara e pouco vista.
No meio de tanta manipulação do que se passa e não passa, commonsense irá conversando consigo próprio. 

Quem quiser intervir pode comentar.

Os comentários são moderados, como não poderia deixar de ser porque a responsabilidade dos conteúdos aqui publicados é do commonsense.

domingo, 19 de julho de 2020

holier-than-thou

O binómio branco/preto anda a dominar as atenções. Com razão. As violências policiais na América (e não só) provocaram um rasgo de revolta. E bem.
O binómio branco/preto é simplista, porque na América discrimina-se também os "browns", os "yellows", os "latinos" e chama-se "caucasian" aos brancos. Há quem prefira usar "africano" em vez de "preto" para aliviar a conotação racista, mas há milhares de africanos que são brancos, loiros, morenos, etc. E os norte-africanos são iguais aos sul-europeus, são todos mediterrânicos.
Não são critérios que prestem apara exprimir a discriminação.
Porque o problema é a discriminação. Seja ela induzida por cor da pele, por raça, por origem geográfica, por riqueza económica, por local de residência, por religião.
Para mim, é muito relevante o binómio católico/protestante. Muito relevante porque envolve atitudes diferentes na relação com "o outro". É ainda simplista, porque há católicos tomistas e nominalistas e porque há um arco-íris de protestantes. Mas importa simplificar para entender melhor.
Commonsense vai simplificar em católicos e luteranos (incluindo a versão turbo dos luteranos que são os calvinistas).
A discriminação, na Europa, não é de branco/pretos, mas de católicos/luteranos (continua a ser desde a Reforma).
E o principal factor de discriminação é o objectivismo católico e o subjectivismo protestante.
Os católicos objectivam o que os protestantes subjectivam.
Exemplificando, para os católicos, há crime, onde para os protestantes há criminosos; para os protestantes há gente má, onde para os católicos há mal; para os católicos há o bem, onde para os protestantes há virtude pessoal.
Esta tendência dos protestantes de subjectivarem em virtudes ou vícios pessoais o que os católicos objectivam no bem e no mal é que constitui o grande factor da discriminação.
É assim que, na Europa comunitária, para os católicos há dificuldades económicas e financeiras onde para os protestantes, há preguiçosos e gastadores. Os protestantes intitulam-se a si próprios subjectivamente "frugais" (com excepção do primeiro ministro austríaco, que é outra coisa).
Se virmos as coisas por este prisma, a questão não é branco e pretos, mas de luteranos-calvinistas-evangélicos contra todos os outros, todos aqueles que não são "virtuosos" como eles, que são pecadores, que cometem o pecado de serem pobres. A pobreza (mesmo que só relativa) é um pecado para o luteranismo. Ele são superiores, são "hollier than thou"
A riqueza é virtude do ricos. E a culpa da pobreza é dos pobres.
Os pretos são discriminados porque são (mais) pobres.
Para quem quiser compreender melhor, Commonsense recomenda, de Max Weber, "O Protestantismo e o Espirito do Capitalismo".

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Coimbra: commonsense in short supply


Commonsense é coisa que está a rarear na Universidade de Coimbra.
O Magnífico Reitor da Universidade de Coimbra decidiu banir a carne de vaca das cantinas da Universidade. Parece que pela pegada climática causada pelas emissões gasosas daqueles animais.
Mas há muito mais coisas na Universidade de Coimbra que poluem muito mais do que a carne de vaca. Por exemplo, a eletricidade, a gasolina, o gasóleo e até o (fabrico do) papel.
Commonsense receia que, agora, o Magnífico Reitor (é assim o título oficial) se prepare para mandar desligar a eletricidade, vedar a entrada aos veículos motorizados e proibir o papel (incluindo os livros da bibilotecas).
Será que o Magnífico Reitor vai fazer a Universidade de Coimbra regressar às origens, aos idos de 1290?
Commonsense in short supply.

sábado, 2 de junho de 2018

A Europa e a guerra comercial

Desde a queda do Império Romano (476), que se repetiram as tentativas de o restaurar. A "saudade do império" foi uma constante na história da Europa.
Houve tentativas quase conseguidas mas frustradas. Carlos Magno (768 – 814), Carlos V e o Sacro Império, o próprio Napoleão e finalmente Hitler e o III Reich tentar reconstruir o Império perdido.
A memória do Império e a saudade do Império aprendia-se na escola, quando se aprendia História e quando se aprendia latim. Ainda eu aprendi latim a traduzir e a retroverter o De Bello Gallico de Júlio César.
A memória das legiões de César a derrotar e ocupar a Gália, e mais tarde outras legiôes a ocupar o Mediterrâneo, a Europa, A Judeia e a Mesopotamia, o Egito, Alexandria, Cartago, a Bretanha, vem do cesarismo, da ocupação militar seguida da submissão, da administração e da aculturação.
Todas as tentativas posteriores falharam e deixaram rios de sangue, ruína e destruição.
Após a última tentativa frustrada, em 1957, os founding fathers da União Europeia, Konrad Adenauer, Joseph Bech, Johan Willem Beyen, Winston Churchill, De Gasperi, Walter Hallstein, Sicco Mansholt, Jean Monnet, Robert Schuman, Paul-Henry Spaak, AltieroSpinelli, afastaram-se do paradigma de César, da conquista militar.
Em vez disso, inspiraram-se em Cícero, no De Officiis e o De Republica. Cícero foi o maior inimigo de César, foi ele que inspirou e guiou a mão de Brutus. No paradigna ciceroniano, a força das armas é substituído pelo consenso, pelo acordo, pelo Pacto.
Inspirado em Cícero, os fundadores da Europa começaram uma longa marcha, com a a reconciliação franco-alemã, se guido pela Comunidade Europeia de Carvão e do Aço, e com o Tratado de Roma.
Desde o início, a Europa Unida foi um projeto de paz. A Europa não podia ter mais uma guerra. Para isso tinha de desenvolver um sistema político de democracia e uma economia próspera, tinha a integra as economias, os ensinos, as culturas o relacionamento entre os povos da Europa, de modo a que voltasse nunca mais a haver guerra. Era de novo o projeto da Paz Perpétua de Kant. A Popper foi buscar a identificação da sociedade civil e dos seus inimigos, o rejeição do domínio aristotélico do eEstadoi sobre o Cidadão, e a adesão à doutrina Estóica da individualidade de cada um e da Cidadania. A Europa dos Citoyens alargou-se dos seis aos vinte e oito.
Com o Império Romano do Ocidente, nasceu cidadã, republiana e democrática, com uma economia liberal. Como o Édito de Caracala (212) que concedeu (reconheceu) a cidadania a todos os habitantes livres do Império, desde a Síria à Bretanha, a União Europeia reconhece a cidadania europeia a todos os cidadãos de todos os Estados Membros e promete-a a todos os povos da Europa do Atlântico aos Urais.
Durante a Guerra Fria, a União Europeia foi apoiada pelo State Department, como um tampão contra o expansionismo soviético. Após o colapso da União Soviética, a relação atlântica foi evoluindo progressivamente para a rivalidade económica e política. Ontem poderá ter tido início um conflito comercial, uma gerra económica entre a UE e os USA.
Commonsense espera bem que a União Europeia não se vergue e aproveite para se consolidar e se construir ainda mais, se aprofundar e ganhar ainda amis consciêincia de si própria. E paz na Europa, a cidadania, a liberdade, a prosperidade, a solidariedade não irão ser destruídas pelo bullying americano.
Na América também há cidadadãos.
Commonsense é um cidadão europeu. Commonsense está mobilizado.

domingo, 27 de novembro de 2016

situacionismo

Já não via esta situação dentro do PSD desde os «inadiáveis».
Há gente que precisa de regressar à esfera do poder político para se manter viva na esfera do poder económico.
Querem uma nova direção no PSD que possa coligar-se com o PS num próximo governo sem Bloco nem PC.
Enfim... então como agora... situacionismo.

sábado, 26 de novembro de 2016

post-truth

A propósito da eleição americana o Economist inventou um neologismo: «Post-truth. The art of lie in politics». O êxito foi enorme.
A arte da mentira na política é muito antiga, mas agora tornou-se mais exuberante.
Na campanha do brexit, Boris Johnson, Nigel Farage and the lot usaram e abusaram da mentira e conseguiram convencer os menos preparados e menos inteligentes.
Na política atual (e no resto) há quem pense e há quem sinta, há racionalidade e há emoção. As pessoas mais inteligentes e mais preparadas seguem a razão, as pessoas menos inteligentes e menos preparadas regem-se por emoções.
No referendo do brexit e na eleição americana a emoção ganhou, foi a vitória da estupidez.
A péssima escolha da emoção britânica já se começa a ver; a péssima escolha da emoção americana não vai demorar.
Quando se torna óbvio que a escolha emocional é estúpida, os estúpidos persistem nela. Recusam aceitar que são estúpidos. É compreensível.
A teimosia é a inteligência dos estúpidos.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

brexit what brexit?

A primeiro ministra Thereza May ficou célebre pela frase: brexit mens brexit.
Só que cada vez mais gente começa a interrogar-se: what does it means brexit means brexit.
Ninguém já sabe bem o que se está a passar e muito menos o que se irá passar.
Em primeiro lugar, ninguém, sabe quando irá ser acionado o célebre artigo 50.
Depois, também se discute se o governo inglês pode acionar o artigo 50 sem um voto prévio do parlamento. Thereza May diz que o vai fazer, mas há um coro de protestos em que  acusa de se comportar como um soberano Tudor (absolutista). Um grupo de britânicos deu já entrada a um processo judicial que obrigar o governos a pedir o voto ao parlamento. Defende-se aí que a prerrogativa invocada por May é do tempo dos Tudors e só tem sentido se nesse tempo e, mais, se fosse exercida pela própria rainha. Este processo pode ir até à câmara do Lords, que é fracamente contrária ao brexit. O paralemnto tem uma maioria anti brexist de talvez 80%.
O pior é que o movimento Leave está dividido entre o "hard brexit" (saída tudo duma vez sem negociações) e o "soft brexit" saída negociada e gradual, mantendo o fundamental do acesso ao mercado interno europeu e fazendo concessões à imigração proveniente da União Europeia.
Cada vez mais forças e pessoas politicamente relevantes se manifestam por uma repetibilidade do referendo, ou pela necessidade de um novo referendo sobre o que se for negociar com a UE, ou sobre o que for negociado, ou até por novas eleições tendo como tema central de campanha ficar na UE ou sair. Sem ser por ordem, há Tony Blair, Owen Smith, o partido Lib Dem (terceiro partido inglês) e o Green Party, além de inúmero políticos e académicos.
O governo inglês tendo disfarçadamente ir perguntando a este ou aquela comissário europeu ou ministro de estados membros, mas nuca consegue tr uma resposta. Recentemente, entrevistada por uma televisão inglesa, a comissário europeia do comércios disse com mui franqueza: first you leave, than we talk.
Posto tudo isto, cada vez mais pessoas se interrogam se virá mesmo a ahver brexit.

domingo, 24 de abril de 2016

freedom is indivisable

Em 26 de Junho de 1963, John F. Kennedy, na Berlim dividida, cercada e ameaçada, concluiu o seu célebre discurso, com a frase mágica:
All free men, wherever they may live, are citizens of Berlin, and therefore, I take pride in the words, Ich bin ein Berliner!
Alguns minutos antes tinha dito outra frase que merecia ser igualmente célebre:
... freedom is indivisable, and when one man in enslaved, all are not free ...
Commonsense recorda, para que o mundo não esqueça, e principalmente para que os europeus não esqueçam...
não esqueçam que já ouve um tempo em que outros fizeram por eles o que eles, agora, não querem fazer pelos outros:


sábado, 27 de fevereiro de 2016

é tão «gauche» o BE


Commonsense já sabia do nenhum respeito que o Bloco de Esquerda. Agora ficou toda a gente a saber.
Quem estivesse atento, já tinha notado a falta de respeito do BE pela doutrina cristã da família, do casamento e da vida. Também já teria reparado na senha persecutória do BE contra tudo o que fosse cristão, desde os nomes das ruas e freguesias até os usos do quotidiano.
Agora ficou claro que existem uma incompatibilidade essencial e insanável entre o BE e o cristianismo.
O BE incompatibilizou-se com todo um sector da população portuguesa.
É «gauche» o BE

sábado, 23 de janeiro de 2016

o comunista e o BMW


Commonsense tem um amigo comunista. Não precisa de muito dinheiro, nem o deseja. Só quer ter uma casa com o conforto adequado, alugada. Anda de transportes coletivos, já sabe de cor todos os itinerários e horários. Quer um emprego seguro, em que não haja competição, com promoção por antiguidade e salário suficiente. Quer um sistema nacional de saúde gratuito e eficiente. Quer polícia que defenda o cidadão e a paz pública, contra ladrões e malandros. Quer tranquilidade, segurança e igualdade. No fundo, é um conservador.
Um sistema comunista dá para isto tudo, mas não dá para BMWs para a classe média (no comunismo só há classe média, é a única classe). Nem sequer deu para Trabants.
O problema do comunismo é esse: a classe média quer ter - ou vir a ter - BMW ou equivalente. Se ainda não tem, ainda não desistiu de ter.
E o sistema comunista pode dar igualdade e paz social, mas não tem eficiência económica para dar BMWs.
O BMW é a morte do comunismo.

domingo, 17 de janeiro de 2016

como em John le Carré



Depois da guerra civil que desmantelou a Síria e da fuga em massa de sírios para a União Europeia, a mobilização coordenada de bandos de alegados muçulmanos para atacarem ou assediarem ou incomodarem sexualmente as alemãs nas festas públicas de passagem do ano em várias cidade da Europa, principalmente da Alemanha, não pode suceder por acaso.
Commonsense acha que é uma manobra de desestabilização ao velho estilo da CIA.
Dava tema para mais um livro de John le Carré.